No céu da minha noite

No céu da minha noite as estrelas já não brilham!

No mar do teu silêncio os barcos estão parados!

A música não soa, os Homens não partilham

os desejos nem os sonhos, e os olhos estão cansados.

E não há palavras que descrevam este suplício!

Não há angústia maior do que não termos quem nos ame!

Porque estará a vida rodeada de tal bulício?!

De não termos no destino ninguém que por nós chame?!

Que o dia em que vim ao mundo seja posto em escuridão,

cheio de nuvens, que se oiçam gritos de viúvas

e agonias vestidas d'uma imensa solidão!

Que ao largo dos meus olhos as lágrimas se agitam

e agitam-se dores pela estrada, tantas curvas,

pois no céu da minha noite as estrelas já não brilham!