Punhado de cinza

Eu sou o punhado de cinza esparso ao vento

que a longitude da vida abandonou

na brancura terna, plácida do tempo,

quando o teu amor tristemente me deixou!

E quantas lágrimas em meus olhos por fim!

Ninguém mas viu brotar dentro do peito

e ninguém as viu cair dentro de mim,

afogado no silêncio do meu leito ...

Trago uma sombra profunda em meus olhos,

um vulto, uma noite, um triste entardecer,

vago e manso, que muito me põe a padecer!

Há gritos no meu corpo, tantos, tantos molhos ...

É quando a tua imagem vem poisar sobre mim

e tantas lágrimas em meus olhos por fim!