Lendo a sorte

Um dia a cigana leu a sorte em minha mão.

Não acredita? Pois fui lá pra conferir.

Iludir a mim? Difícil; à prova então.

São anos de experiência; mas tinha que ir.

Agir natural. Dizem que sabem demais.

Cartaz por todos os postes pela rua,

“Evolua, descubra as amarras e mais.”

Rapaz! Minha amiga me disse: não me inclua!

Lua não favorável! Fomos para a praça.

De graça? Nem pensar, primeiro passe a grana.

À soberana ergo a mão; me senti palhaça.

Trapaça ali; p’ras duas: mesma fala insana.

Cigana: trauma no amor. A gente nem tinha.

Igualzinha leitura. Ôh, galera sacana!

Raquel Ordones #ordonismo

Me lembrei que certa vez, meu pai passou pela praça, as ciganas viviam lá com seus vestidos rodados e cabelos compridíssimos, era bonita a imagem.

- Ei moço, psiu! Psiu! Vamos ler a sorte!?

O meu pai não quis, mas deu bobeira, uma cigana passou a mão na sua carteira; não ficando atrás, meu pai passou a mão na barra da saia dela.

- Ou devolve a carteira ou fica sem saia... (rimos da situação). Meu pai estava em desvantagem, elas andavam em bandos. Mas a carteira foi devolvida, pois haviam policiais por perto e a cigana sabia que isso caracterizava roubo. (à mão desarmada)

*Respeito cada um à sua maneira, mas no meio de todo limpo tem sempre uma sujeira.

A leitura da mão cigana dá-se o nome Quirologia; diferente da Quiromancia; não é qualquer pessoa que pode fazer essa leitura, pois é ligada intimamente ao povo cigano; somente mulheres fazem essa leitura, a prática é passada de mãe para filha, elas sempre leem a mão direita e é algo intuitivo.

Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 26/10/2023
Reeditado em 26/10/2023
Código do texto: T7917683
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