Lendo a sorte
Um dia a cigana leu a sorte em minha mão.
Não acredita? Pois fui lá pra conferir.
Iludir a mim? Difícil; à prova então.
São anos de experiência; mas tinha que ir.
Agir natural. Dizem que sabem demais.
Cartaz por todos os postes pela rua,
“Evolua, descubra as amarras e mais.”
Rapaz! Minha amiga me disse: não me inclua!
Lua não favorável! Fomos para a praça.
De graça? Nem pensar, primeiro passe a grana.
À soberana ergo a mão; me senti palhaça.
Trapaça ali; p’ras duas: mesma fala insana.
Cigana: trauma no amor. A gente nem tinha.
Igualzinha leitura. Ôh, galera sacana!
Raquel Ordones #ordonismo
Me lembrei que certa vez, meu pai passou pela praça, as ciganas viviam lá com seus vestidos rodados e cabelos compridíssimos, era bonita a imagem.
- Ei moço, psiu! Psiu! Vamos ler a sorte!?
O meu pai não quis, mas deu bobeira, uma cigana passou a mão na sua carteira; não ficando atrás, meu pai passou a mão na barra da saia dela.
- Ou devolve a carteira ou fica sem saia... (rimos da situação). Meu pai estava em desvantagem, elas andavam em bandos. Mas a carteira foi devolvida, pois haviam policiais por perto e a cigana sabia que isso caracterizava roubo. (à mão desarmada)
*Respeito cada um à sua maneira, mas no meio de todo limpo tem sempre uma sujeira.
A leitura da mão cigana dá-se o nome Quirologia; diferente da Quiromancia; não é qualquer pessoa que pode fazer essa leitura, pois é ligada intimamente ao povo cigano; somente mulheres fazem essa leitura, a prática é passada de mãe para filha, elas sempre leem a mão direita e é algo intuitivo.