AGONIA DO SABIÁ

No alto da ponta do último galho

Sabiá-laranjeira equilibrava o dia

De lá de cima a tudo ele regia

Como um sino em seu campanário

No alto de seu palco estreito

Sabiá-laranjeira era só cantoria

E se mostrava e se perfazia

Cantando com a força do peito

E assim sabiá passava a vida

Entoando toda sua felicidade

Celebrando sua liberdade

Até que em gaiola o prenderam

E os homens não entenderam

Que sabiá ainda canta, mas de agonia

Luiz Fraga
Enviado por Luiz Fraga em 25/10/2023
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