AGONIA DO SABIÁ
No alto da ponta do último galho
Sabiá-laranjeira equilibrava o dia
De lá de cima a tudo ele regia
Como um sino em seu campanário
No alto de seu palco estreito
Sabiá-laranjeira era só cantoria
E se mostrava e se perfazia
Cantando com a força do peito
E assim sabiá passava a vida
Entoando toda sua felicidade
Celebrando sua liberdade
Até que em gaiola o prenderam
E os homens não entenderam
Que sabiá ainda canta, mas de agonia