NOS MEUS OITENTA E SETE
Aprendi que nem sempre estou certo,
Que ainda não provei tudo que existe.
Que o alegre convive com o triste,
Sempre que o filho não está perto.
Que o errado de ontem hoje é certo.
Quem menos mantiver o dedo em riste,
Menos julga os atos e mais assiste,
Às vezes pode ser o mais esperto.
Que não se pode ser feliz sozinho,
Aquela que nos segue no caminho,
É imprescindível que também o seja.
Pois a felicidade é como um ninho,
Quando ali não estão dois passarinhos,
É difícil que ali ela esteja.
//////////////\\\\\\\\\\\\\\\\///////////////\\\\\\\\\\\\\
Obrigado, Solano pela atenção.
A LONGEVIDADE
Solano Brum
Ter a longevidade, é uma Dádiva Divina;
E admirável o saber que fui adquirindo!(*)
Ve o Sol: Mais apreciável quando declina
Pois, ao nascer, muitos estão dormindo!
Jamais pude acreditar que seja castigo
Mas, as mãos não colhem tantas flores!
Eu saio, vejo pessoas, pedalo, me desligo
Da mesmice do idoso sentindo dores!
Aos oitenta e dois, nem todos são iguais
E no Recanto, espero que os meus iguais
Possam receber do Criador essa felicidade!
Mas, a saber: Na matéria, a longevidade
Humilha, entristece, tira da vida o sabor;
O corpo, vai murchando tal qual a flor!