NOS MEUS OITENTA E SETE

Aprendi que nem sempre estou certo,

Que ainda não provei tudo que existe.

Que o alegre convive com o triste,

Sempre que o filho não está perto.

Que o errado de ontem hoje é certo.

Quem menos mantiver o dedo em riste,

Menos julga os atos e mais assiste,

Às vezes pode ser o mais esperto.

Que não se pode ser feliz sozinho,

Aquela que nos segue no caminho,

É imprescindível que também o seja.

Pois a felicidade é como um ninho,

Quando ali não estão dois passarinhos,

É difícil que ali ela esteja.

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Obrigado, Solano pela atenção.

A LONGEVIDADE

Solano Brum

Ter a longevidade, é uma Dádiva Divina;

E admirável o saber que fui adquirindo!(*)

Ve o Sol: Mais apreciável quando declina

Pois, ao nascer, muitos estão dormindo!

Jamais pude acreditar que seja castigo

Mas, as mãos não colhem tantas flores!

Eu saio, vejo pessoas, pedalo, me desligo

Da mesmice do idoso sentindo dores!

Aos oitenta e dois, nem todos são iguais

E no Recanto, espero que os meus iguais

Possam receber do Criador essa felicidade!

Mas, a saber: Na matéria, a longevidade

Humilha, entristece, tira da vida o sabor;

O corpo, vai murchando tal qual a flor!

Jota Garcia
Enviado por Jota Garcia em 24/10/2023
Reeditado em 19/01/2024
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