Orvalho
Sob a aurora pálida, o orvalho chora,
Nas folhas e flores, seu pranto silente,
Reflete a tristeza de uma história ida embora,
No peito, a saudade, amor ausente.
As gotas reluzem, como lágrimas de dor,
Nesse jardim onde nosso amor morreu,
Cada brilho do orvalho, memória de calor,
Na penumbra, a solidão que permaneceu.
Nas manhãs frias, o orvalho persiste,
Como lembrança do que se desfez,
No peito, o vazio, o amor que insiste.
Orvalho que se mistura à melancolia,
Neste soneto triste, a nostalgia,
Do amor que se perdeu, e eu só te quis.