SONETO SENTADO À MESA

Lembro do dia que sentamos à mesa

E a mesa estendida diante de nós

Testemunhou segredos e confissões

Sobre a cadeira o peso dos anos

Repousou esquecido de si por instantes

Lembro do dia que nos distraímos

Indiferentes às horas passantes

Cada detalhe nos chamava atenção

Cada gesto não escapava à visão

Lembro do dia, incomum, de epifania

Daqueles cravados pra sempre na memória

Os que dividem antes e depois de histórias

Lembro que a vida é, ao fim, lembrança

Que a vida, um dia, sentada à mesa,

Conversou feliz e cheia de esperança

Luiz Fraga
Enviado por Luiz Fraga em 14/10/2023
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