ENIGMA
Teus olhos, poços profundos de desejo
Olha-me, sei que me vê e me desvenda
Toda esta tormenta em que me vejo
para ti é transparência _ uma renda!
Faço amor contigo, sou desvairada
Vou sem pudor, louca, nem penso...
que de ti só tenho o instante, mais nada,
enquanto o amo com um fervor imenso.
É o que tenho: um toque, o coito, o gozo!
Da tua alma nem mesmo um vislumbre
Aceito o que me dá, nada peço, ou ouso.
Conheço-te o corpo, o mais é esfinge...
Teus segredos, tuas razões _ Nada sei!
Se sentes algo por mim, disfarça bem _ finge!