ENIGMA

Teus olhos, poços profundos de desejo

Olha-me, sei que me vê e me desvenda

Toda esta tormenta em que me vejo

para ti é transparência _ uma renda!

Faço amor contigo, sou desvairada

Vou sem pudor, louca, nem penso...

que de ti só tenho o instante, mais nada,

enquanto o amo com um fervor imenso.

É o que tenho: um toque, o coito, o gozo!

Da tua alma nem mesmo um vislumbre

Aceito o que me dá, nada peço, ou ouso.

Conheço-te o corpo, o mais é esfinge...

Teus segredos, tuas razões _ Nada sei!

Se sentes algo por mim, disfarça bem _ finge!

Elisa Salles
Enviado por Elisa Salles em 09/10/2023
Código do texto: T7904653
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.