Soneto de Dor
Tem vez que a dor me deixa perturbado.
E nessas horas, nem procuro a cama.
Quando na cama, não decido o lado;
e quando o sono vem, a dor me chama.
Você pode querer saber que drama
é esse que me põe desconcentrado.
Que mal seria esse que me inflama,
se habita no presente ou no passado.
Se eu for falar, parece que esse mal
se irrita, se agiganta e não permite.
Então, fico calado e acho normal.
Às vezes, vem com tudo! Às vezes, some...
E embora eu já pressinta o meu limite,
meu coração jamais diz o seu nome.