PREDADOR
A fera solta explora a alfombra, deita
na maciez das curvas, em dulçor
lambuza a boca, toma a senda estreita
e engole o sumo, livre de pudor.
O brilho da euforia logo enfeita
o olhar do alucinado predador
e a sanha debelada, satisfeita,
entrega-se às delícias do langor.
Tocar a tua pele acetinada
é permitir, do peito, a disparada:
o jeito sedutor me desgoverna!
Transpiram carnes, levam ao tecido
retalhos do desejo perseguido
na noite que devia ser eterna...