Tarde

É tarde sem atrativos,

sem voz e sem pensamentos,

quando anseios sonolentos

vagueiam no olhar dos vivos.

 

Choram os sonhos sedentos,

na teia dos próprios crivos,

e eu sinto sons aflitivos

no canto mudo dos ventos

 

É tarde que assombra o rosto,

gela o peito, amarga a boca,

rendada de nostalgia...

 

E o verso que me é imposto

pela verve audaz, mas oca

nasce e morre à tarde fria.

 

Foto: Arquivo pessoal

Geisa Alves
Enviado por Geisa Alves em 03/10/2023
Reeditado em 03/10/2023
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