O dilúvio da fala
Não faço nada sem gosto.
Mesmo fútil, eu aposto.
Rimo o perfil do desgosto,
engolindo qualquer troço.
Sou a paixão incontida,
brilhante, reluzente;
o soneto inconsequente
ditado por alma perdida.
As palavras se chocam
e descerram
o dilúvio da fala.
Escrevo pelos cotovelos.
O perfume que exala
faz arrepiar meus cabelos.
11.07.2014