Alma Mutante
Em teu discurso, a veemência se revela,
Palavras duras, firmes, sem piedade,
Afirmações que me privam da vontade,
De um amor terno, que o peito anela.
Mas, oh! Não me abalo, nem me desespero,
Pois sei que o mundo é vasto e a vida espera,
Promessas doces de um destino sábio e austero,
Que me reserva flores na primavera.
Não és tu quem há de me trazer o encanto,
Nem as flores que sonhei no meu verão,
Mas em mim, a esperança, sigo adiante.
Pois se a vida é grande, e o amor um espanto,
E no meu peito, pulsante, arde um coração,
Não preciso de ti, pois minha alma é mutante.