Mistério das mãos
As minhas mãos vazias são mendigos
Vagando sem destino pelas ruas...
As minhas mãos, amor, sem ter as tuas,
Detém a sorte vã de mil castigos!...
Meus dedos são crianças sem abrigos,
Na chuva, desoladas, seminuas,
Grosseiras extensões de linhas cruas,
Tão solitários como maus amigos!...
As minhas mãos pendidas sem sentido,
Padecem da impressão de ter sofrido
Agruras por demais, a contragosto...
De que servem as mãos que trago em par
Se tais não foram feitas pra tocar
As curvas tão mimosas do teu rosto?...