Mistério das mãos

As minhas mãos vazias são mendigos

Vagando sem destino pelas ruas...

As minhas mãos, amor, sem ter as tuas,

Detém a sorte vã de mil castigos!...

Meus dedos são crianças sem abrigos,

Na chuva, desoladas, seminuas,

Grosseiras extensões de linhas cruas,

Tão solitários como maus amigos!...

As minhas mãos pendidas sem sentido,

Padecem da impressão de ter sofrido

Agruras por demais, a contragosto...

De que servem as mãos que trago em par

Se tais não foram feitas pra tocar

As curvas tão mimosas do teu rosto?...

Daniel Guilherme de Freitas
Enviado por Daniel Guilherme de Freitas em 28/09/2023
Reeditado em 30/09/2023
Código do texto: T7896673
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