Da janela da casa do Outeiro

Da Janela da Casa do Outeiro

avisto o cemitério

num doce entardecer, triste e derradeiro...

E há silêncio na aldeia, um eterno desidério!

Corre o vento, passam aves embaladas

voando ao Sol-poente...

E ao longe, na Serra da Barrada,

descansa o horizonte ...

Quando a tarde cai sobre Ela,

desperta em mim uma saudade,

uma vontade de ficar no alto da janela ...

No cemitério, movem-se os ciprestes por instantes

e até os mortos se alevantam

p'ra ver a tarde penetrante ...

(À Casa da minha Infância no Outeiro em Monsaraz)