MATEIRO

MATEIRO

Eu, muito antes do sol, começo o dia

Em meio à cerração pela cumeada.

E sigo, mato adentro, outra jornada

Conhecendo os sertões em travessia.

Tiro o que precisar da mataria

Atrás de muito pouco ou quase nada.

Nos recônditos sós, fora de estrada,

Sei atalhar veredas na ousadia.

Do distante ao inóspito local,

Dei rumo à minha vida sem saber.

Onde, mais que existir, sobreviver.

Mas mais me refestelo no final...

Qual dizia moleque, lá no pé:

"Um bicho de goiaba, goiaba é!"

Nova Lima - 17 09 2023