Escarrarei em tua boca e pedirei desculpas.

Coimbra, 2022

Ganesha é grande como a barata.

A mancha desabrocha no animal

Que tu afagas e não levas a mal;

E igualmente ele afaga com a pata,

Arranha o vosso braço e lambe a ingrata

Mão que usas de modo tão fraternal.

Somos as divindades do banal,

No máximo mestres de vira-lata,

Mas cada peste se acha onipotente

Sobre o corpo exposto do maldizente,

E a mesma boca sente carne e chá;

Conheço de inseto e não de Ganesha.

Baratas comem e andam boçalmente

E isto sim é o karma no Ocidente.

de Jesus de Oliveira
Enviado por de Jesus de Oliveira em 24/09/2023
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