Filhos bastardos da Ingratidão
Nada é o bastante quando se quer tudo
Julgo? Mas é o pecado original
Quem eu sou, criminoso capital,
Para me espantar diante do absurdo
Fico inquieto mas cego, surdo e mudo
Por que essa dor na ponta do punhal
O meu espírito a atravessar o Umbral
Sem pagar a penitência, contudo
Profundos espinhos que me machucam
Sangue e pus, as feridas que me educam
Parco preço de minha escrotidão
Mas tem outros que o martírio perdura
Não vejo neles minha assinatura
São filhos bastardos da Ingratidão