Ode à inspiração poética

“O Verso é uma pousada

Aos reis que perdidos vão.

A Estrofe é a púrpura extrema;

Último trono – é o Poema!

Último asilo – a Canção!”

(CASTRO ALVES)

“Whate’er is born of mortal birth

Must be consumed with the earth

To rise from generation free;

Then what have I to do with thee?”

(BLAKE)

Enoja-me tudo aquilo que é mortal;

Odeio tudo que, sob o Sol, nasce, cresce,

Definha, se extingue, e depois se esquece

Como se nunca existira, afinal.

Portanto, que tenho eu contigo? És mortal –

És bela – mas, enfim, a beleza evanesce:

Entra ano e sai ano, ela fenece

E, por pudor, lhe omitirei o teu final.

Só amo àquilo que nos excede, somente;

Amo os segredos da Divina Criação,

Amo o intrincado mecanismo da Mente –

Ao Irreal persigo, à Imaginação;

Pois só uma coisa perdura eternamente,

Tudo e todos morrem – não a INSPIRAÇÃO!

Galaktion Eshmakishvili
Enviado por Galaktion Eshmakishvili em 18/09/2023
Código do texto: T7888360
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