Rabisco silenciosas poesias a esmo

E agora que todo mundo é uma ilha

Vamos fenecer como miseráveis

Carcaças secas porém habitáveis

Filhotes desgarrados da matilha

Irmãos nos braços, eterna guerrilha

Gentilezas: gestos abomináveis

Tudo é fraqueza, cães inomináveis

Todos têm parte, mas ninguém partilha

Todos fecham os olhos ao mesmo tempo

E eu os meus, a fim de evitar contratempo

Rabisco silenciosas poesias a esmo

Ao não me importar, nada importa nisso

Parece que o mundo virou mesmo isso

E parece que eu me tornei isso mesmo