186-Inédito na Língua Portuguesa: GLOSA de SONETO. É o primeiro no idioma!
186-INÉDITO NA LÍNGUA PORTUGUESA: GLOSA DE SONETO
SONETO : AOS 88 ANOS DE MIGUEL RUSSOWSKY...
GLOSA DO SONETO, CRIADA POR SÍLVIA ARAÚJO MOTTA
Em: 30-05-2005
às 22:19:10h
1-PLANTEI... SEMPRE PLANTEI E AINDA ESTOU PLANTANDO...
as sementes alegres do meu grande amor.
Boa terra, futuro esperado sem dor,
recordando lições, emoções vão chegando...
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Minhas lágrimas tristes fizeram um clamor:
2-OS “ONTENS” QUE ERAM MEUS, VIRARAM PÓ E ESPUMA...
Na oração que rezei ao meu Deus e Senhor
eu pedi ao Espírito Santo que assuma
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no presente, a jornada da LUZ que é só uma...
Tenho fé, mas parece que tudo acabou
3-E AGORA EM “AMANHÃS”, SÓ VEJO NÉVOA – BRUMA,
o meu barco no porto de outrora aportou.
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O amanhã no passado já está desenhando
o horizonte tristonho que pesa demais
na saudade a chegar, eu me perco entre os ais,
4-E UMA FEIOSA BRUXA, ASSUMINDO O COMANDO.
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5-E OS AMIGOS, NO ALÉM, (MURCHINHOS!) ME CHAMANDO...
-Venha amigo, trazer as notícias da terra...
Como estão as famílias sem pão, reclamando?
Por aqui, tudo é luz, e paz que tudo encerra.
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Companheiro onde estão tantas noites de lua?
6-E AS AMADAS, SEM COR?... MURCHARAM UMA A UMA,
sem perfume, sem água, não sobrou nenhuma,
sem calor, sem amor, já nem moram na rua.
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Busco o aroma em jardins e nos pássaros asas,
quero a paz do universo, não quero fortuna...
7-NOS INVERNOS HOSTIS? SEUS FRAGMENTOS DE PLUMA
vão unidos, felizes, para aquecer casas.
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Não consigo sorrir, vivo quase chorando
eu plantei as sementes, reguei com carinho...
mesmo assim, borboletas fogem do caminho
8-NEM PENSAM COLORIR, DE AZUL, UM MEMORANDO?
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9-DEVO COLHER?... COLHER O QUÊ?... CADÊ O FRUTO?
Ficou podre, bichado, seco antes do tempo...
já não quero plantar, vou vestir-me de luto...
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Isto não pode ser...o verão já chegou
10-ENVELHECI... EM VEZ DA ROSA VEJO O ESPINHO
entre as folhas e a chuva , a esperança brotou
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Vou podar as roseiras, e as folhas já mortas,
vão à terra enfrentar nova transformação
11-APLAUDINDO OS IRMÃOS, LÁ NAS ROSEIRAS TORTAS.
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12-SE NÃO POSSO COLHER, PLANTAREI, RESOLUTO,
caridade, amizade, humanismo e amor
com sementes regadas, para a paz eu luto .
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Vou viver e escrever! Um minuto é importante...
13-ATÉ OUVIR DE DEUS, AO FINDAR O CAMINHO:
-Um segundo! O relógio do tempo é marcante...
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Aos noventa ... Deus é complacente... e ... então...
Dá-lhe novas sementes...de sonhos por que não
14-É HORA DE ENTERRAR AS ESPERANÇAS MORTAS!
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Mensagem eletrônica
De: Sílvia Araújo Motta
Para:
Amigão Virtual
Doutor Miguel Russowsky,
Seu soneto é lindíssimo,
mas para tirar a tristeza
que se apresenta nele,
preferi dar-lhe uma virada
no último terceto glosado,
com uma dose de ESPERANÇA...
Tentei fazer CADA VERSO
ALEXANDRINO FRANCÊS CLÁSSICO.
Preferi tentar fazer a CESURA
NO MEIO DO VERSO,
DIVIDIDO EM DOIS HEMISTÍQUIOS,
ISTO É, com RITMO BINÁRIO,
nas DUAS PARTES IGUAIS,
muito usado por AUGUSTO DE LIMA.
Tentei colocar as DUAS SÍLABAS TÔNICAS
exigidas, metro adotado no POEMA,
que teve LARGA VOGA NA IDADE MÉDIA.
Estudei-o há algum tempo e
aprendi a admirar a versão do
ROMANCE DE ALEXANDRE,
de Lambert le TORT, ALEXANDRE DE BERNAY
E PIERRE DE SAINT CLOUD.
E ainda mais...Como pretendo ser
uma sonetista ALEXANDRINA
quase PERFECCIONISTA, (rs, rs...)
algumas vezes, tentei colocar
o VERSO SUBMÚLTIPLO,
o TETRÂMETRO, embora tenha sido uma forma
pouco usada pelos clássicos,
por ter um grau MAIOR DE DIFICULDADE.
Aprecio muito os versos de
ALBERTO DE OLIVEIRA, COM SÍLABAS FORTES,
na terceira, sexta, nona e décimas sílabas.
Exercício deliciosamente...literário.
Não usei o VERSO ALEXANDRINO
FRANCÊS ROMÂNTICO, que
apresenta o RITMO TERNÁRIO,
em que a cesura deixa de coincidir
com o HEMISTÍQUIO,
adotado por CAMILO PESSANHA.
Nem usei as RIMAS DODÉCIMAS com as alterações
apresentadas por VICTOR HUGO .
Não preferi o verso ALEXANDRINO ESPANHOL,
tão usado por CASTRO ALVES.
Embora SEJA CONTROVERSO,
gosto de usar o CAVALGAMENTO
OU ENJABEMENT, pois o pensamento
fica mais completo.
Vejo como um certo charme
e uma dificuldade elegante...
como defendeu-o CASTRO ALVES ,
e adotado TAMBÉM por AMADEU AMARAL.
Esta GLOSA é inédita!
Nunca li outra, nem soube
de alguém que já a tenha feito...
Não ficou perfeita,
mas tentei manter a POSIÇÃO DOS VERSOS,
APROVEITEI QUASE TODAS AS RIMAS,
E COMO DE COSTUME DEI A VIRAVOLTA
NO SENTIDO TRISTONHO,
ENCAMINHANDO-O PARA O FINAL FELIZ.
Beijíssimos
SIlVIA ARAÚJO MOTTA-BH-MG-BRASIL
BELO HORIZONTE, 30 DE MAIO DE 2005.
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