Velório Animado

No velório, negaram-me a canja quente,

Mais água botaram, para demorar,

Na esperança que eu não fosse esperar,

Nem Nescau me deram, assim, indiferente.

Pois eu não tinha os olhos azuis, enfim,

Nem era o alemão, que elas esperavam,

E o Benielson, peste negra me chamavam,

Nem deram leite pro Melqui no fim.

Até às 4 da manhã, o frango não amoleceu,

Entre conversas e risos, enganavam a fome,

A farofa de calabresa, a irmã dele escondeu.

Para me ver, vieram com mais de mil,

Ajeitaram os cabelos, puseram os óculos,

Em meio ao velório, a família toda sorriu.