Quinas vivas
Há quem prefira os grandes elogios,
Ainda que eles sejam insinceros,
Da boca para fora... ou sejam meros
Floreios rebuscados e vazios.
Há quem requeira prêmios de altos cleros,
Troféus e distintivos luzidios...
Se acaso houver enganos ou desvios,
Não querem comentários tão severos.
Há quem procure inflar, por vezes, o ego
Tornando-se arrogante, esnobe e cego...
Porém, no fundo, sabe que se engana.
E então, constantemente, fica nessa
Corrida traiçoeira e, enfim, tropeça
Nas quinas vivas da vaidade humana.
Obs: poema premiado em 3° lugar na categoria soneto do XIº Concurso Literário da Academia Madureirense de Letras – AML, em 2022.