Flores na areia
Na areia, meu filho, não nascem flores
E eu quero o meu campo arado
O que está feito, está feito, é consumado
Que adianta sofrer os desamores?
Meu pai, não tornes aridez todas tuas dores!
Que mesmo na morte a vida vem e surge
O tempo é presente e o instante urge
tornar jardim o gris, tingir de cores!
Disse, e abraçou-o num acalanto!
Não há mal, meu pai, em ter o pranto!
E as lágrimas copiosas lhe caíam
E o pai, sustendo as mãos em prece
Ao colo do filho se desvanece
Enquanto fora canta a cotovia!