Anátema

Futuro intermitente e tão descrente

Em cada seca um dilúvio de dores

O sopro da sorte em vida os amores

Na árvore falecida o frio indecente.

Nas arestas do olhar tristes rancores

Na moça que sofre no chão silente

Em cada perturbação insana sente

No leito da funérea esposa as dores.

A boca hiante desta prostituta

O cifrão, o ódio e a desilusão

No fim embebido do coração

A criatura na rua sem direção

Das maldições eles sempre lembrarão

No tempo embebido com tua cicuta.

HERR DOKTOR
Enviado por HERR DOKTOR em 31/08/2023
Código do texto: T7875057
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