Anátema
Futuro intermitente e tão descrente
Em cada seca um dilúvio de dores
O sopro da sorte em vida os amores
Na árvore falecida o frio indecente.
Nas arestas do olhar tristes rancores
Na moça que sofre no chão silente
Em cada perturbação insana sente
No leito da funérea esposa as dores.
A boca hiante desta prostituta
O cifrão, o ódio e a desilusão
No fim embebido do coração
A criatura na rua sem direção
Das maldições eles sempre lembrarão
No tempo embebido com tua cicuta.