Sol e pele
Essas suas mãos grossas, calejadas
Do trabalho tão duro neste chão
No roçado nos deu sustentação
Pelos cabos das foices, das enxadas
No castigo das frias madrugadas
Depois vem forte sol fazer clarão
E torrar suas dermes na estação
E sutis melanomas bem guardadas
Para quem esse sol nunca temia
É motivo de dor a cada dia
Proclamando as sentenças de uma morte
Quem outrora zarpou dos hospitais
Pede a Deus conceder hoje bem mais
Um milagre que mude a triste sorte.
Lúcia