Sol e pele

Essas suas mãos grossas, calejadas

Do trabalho tão duro neste chão

No roçado nos deu sustentação

Pelos cabos das foices, das enxadas

No castigo das frias madrugadas

Depois vem forte sol fazer clarão

E torrar suas dermes na estação

E sutis melanomas bem guardadas

Para quem esse sol nunca temia

É motivo de dor a cada dia

Proclamando as sentenças de uma morte

Quem outrora zarpou dos hospitais

Pede a Deus conceder hoje bem mais

Um milagre que mude a triste sorte.

Lúcia

Oxelucia
Enviado por Oxelucia em 30/08/2023
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