Oásis
Teu corpo que me aviva e desafia
A mergulhar em íntimos anseios,
Potrancas que cavalgam sem arreios
Libertas de mim mesma e à revelia.
Intransitável, fonte de agonia,
Também de meus delírios, devaneios
Sem pejos, de volúpias sempre cheios,
Que teu desdém sufoca, silencia.
Um templo indevassável, com templários
Em cada canto, com cuidados vários,
A me manter distante, embora perto.
Quisera, sim, romper vitrais e mantos
da catedral de teus pudores tantos
e ser o teu oásis no deserto.
Edir Pina de Barros