HORAS MORTAS
HORAS MORTAS
Horas há em que até a angústia passa.
Horas que ando pensando no passado...
Atravessava a noite n'este estado,
Olhando a escuridão pela vidraça.
A noite morre sem que o dia nasça,
Dentro d'um coração espedaçado...
Sem que dormisse tenho madrugado,
Enquanto o ser de tudo o mais s'espaça.
Há horas, uma absoluta nulidade...
Em meio a reflexões amarguradas,
O passado não passa... A mente evade.
Ruas vazias; luzes apagadas...
Outra noite d'extrema soledade
No rastro de ilusões cheias de nadas.
Sapucaia do Norte - 28 02 1993