Condenado
Oito dias a pé no ermo inverno interno
Na pedra pontiaguda desespero
Infame perdido ente deste inferno
Com criatura vil no caminho espero.
Um enforcado pendente no poste
Sinistro silvo da víbora a fere
Execrável surpresa desta hoste
Na moça de olhos vivos que confere.
Amedrontada mulher do demônio
Um monte de gente endiabrada e triste
Hálito morno e muito antimônio.
No aroma de enxofre o letal argônio
A espuma do mar da morte existe
Um raio de luz argêntea que persiste.