QUANDO NÃO SE EXPLICA...

Uma taça de vinho maculada por uma pizza,

O que já denota não se tratar de etiqueta,

Mas a pura vontade que no peito se fixa,

Numa informalidade para a dor inquieta.

Apenas para lembrar do teu olhar que frisa,

Que nos idos clamores ainda me respeitas,

Enquanto queimam-se as velas às brisas,

Sentindo que o laço não mais se estreita.

Mesmo assim bebemos a saudade crítica,

Da qual o sabor amarga, por ser cítrica,

Mas sem ressaca, labor que se esqueça.

E de volta aquela essência que excita,

Num diálogo no qual nada se explica,

Findo no silêncio e na noite espessa.

Inaldo Santos
Enviado por Inaldo Santos em 20/08/2023
Código do texto: T7866165
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