QUANDO NÃO SE EXPLICA...
Uma taça de vinho maculada por uma pizza,
O que já denota não se tratar de etiqueta,
Mas a pura vontade que no peito se fixa,
Numa informalidade para a dor inquieta.
Apenas para lembrar do teu olhar que frisa,
Que nos idos clamores ainda me respeitas,
Enquanto queimam-se as velas às brisas,
Sentindo que o laço não mais se estreita.
Mesmo assim bebemos a saudade crítica,
Da qual o sabor amarga, por ser cítrica,
Mas sem ressaca, labor que se esqueça.
E de volta aquela essência que excita,
Num diálogo no qual nada se explica,
Findo no silêncio e na noite espessa.