Ao passado, com carinho
Gosto da tarde quando o sol se deita,
Moroso, como a flutuar num lago,
E adoro a indecisão do clima vago
De quando a luz se põe mais rarefeita.
Gosto da treva quando, lenta, espreita,
Desse acolher da noite, desse afago,
De quando o dia abranda a dor que trago
E a lua vai surgindo tão perfeita.
Gosto do toque gélido da brisa,
De cada inspiração que se eterniza
Nos versos que lhe escrevo sem porquê...
Até gosto também de ter saudade,
Dessa ilusão fugaz de liberdade
Que sinto quando lembro de você...