SONETO DESVELADO
Nos cantos escuros do quarto,
Movimentos que não quero,
Denunciam o que não vejo,
Anunciam o que não peço,
Rezo pela luz do dia novo,
Rogo pela oração do silêncio,
Nego três vezes, ouço o galo,
É a intenção do alvoroço.
"Alvorada, não demore ", suplico,
Junto as mãos em desconforto,
Balbucio um pai nosso bem ligeiro
E naquele movimento não pedido,
O demônio ordinário escondido,
Se recolhe ao seu antro ofendido.
Bem sei seu nome, eu não nego,
Conheço bem suas tramas, seus enredos
Ele sempre me visita, debochado
Abobado, atende pela alcunha; medo