Amar e perder
Largaram-te chorando, jovem dama,
Sozinha, sem calor que te conforte;
Não mais te envolve o terno abraço forte,
Nem ouve, do prazer, a voz que inflama...
São frios teus lençóis, e a tua cama
Vazia é como a vítima da sorte...
Da vida, fez-se a bússola sem norte
Voltada para o acaso que te chama...
Mas sei que, independente da ventura,
Existe a paz além, a mão segura
De quem só te aconselha o bem querer...
Não vale por ninguém privar a graça,
Já que, no fim, malgrado o que se faça,
A vida é sempre amar, depois perder...