Solidão

Ó Solidão, tristíssima quimera...

Da tez de pedra, fria e penetrante,

Qual gárgula de rústico semblante

Sentada além da torre escura, austera...

Vulgar estátua mística de fera,

Velando o tédio imenso e dissonante,

Que faz eterno e frágil cada instante

Da angústia que corrói, que dilacera...

Que encobre o céu e o sol evanescente

Nas asas que se alongam lentamente,

Querendo o mundo inteiro devorar...

Que ruge, feito umbrosa criatura:

Gerada num momento de loucura,

Desfeita sob a luz do teu olhar!...

Daniel Guilherme de Freitas
Enviado por Daniel Guilherme de Freitas em 16/08/2023
Código do texto: T7862524
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