Minha Última Cama
Hoje voo, navego e caminho sobre a terra,
Desmato, mato e faço guerra,
Transformo o barro em arranha-céu,
A seiva em plástico, queimando, fere o céu.
Pica-paus, camaleões, tatus fogem da destruição,
Como todos, a terra e a água são minha condição,
Logo, também serei pó, um pedaço do chão,
Serei esterco, em alguma plantação.
Minha vaidade me faz pensar que sou eterno,
E destruo para continuar moderno,
Alienado, cego e mudo na comunidade,
Faço do dinheiro meu senhor e verdade,
A vaidade me cega e engana,
Não enxergo a natureza como a última cama.