SONETO INACABADO DE BENTINHO
(Bendita Dúvida)
Ó flor do céu, ó flor cândida e pura!
Ó Português, do Lácio a derradeira!
Por que me negas tão alvissareira
inspiração na mais cruel tortura,
que me persegue, ébano-aventura
de aflição que trago à algibeira?
Como eu queria uma canção inteira,
que expressasse a minha desventura.
Neste dilema, dúvida cruel:
se sou o pai, ou se é o Ezequiel,
que me mantém ao fio da navalha.
Que este soneto seja-me alforria,
e me convença que pai é quem cria.
Ganha-se a vida, perde-se a batalha...
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