Soneto de cautela
O amor, de vez em quando, me insulta...
E me inquieta, me belisca e me atropela.
Quando o ignoro, em meu peito, se avulta.
E me chacoalha, atormenta e descabela.
Às vezes me dobra e, vitorioso, se exulta...
Mas se o refuto, em desafio, me interpela.
O meu sossego, de algum jeito, dificulta...
E me amordaça, subjuga e me escalpela...
Sei que me toma por teimosa e/ou estulta.
E que me julga ser a culpada da procela…
Por isso, sempre, me provoca e se rebela...
Talvez questione a razão que me indulta.
E queira tomar meu coração em curatela...
Ou me castigue, porque amo com cautela.
Adriribeiro/@adri.poesias