Segredo do Meu Verso
Se atiro letras sobre a folha branca
Não é que eu seja poeta ilustrado
É que um cavalo passou encilhado
E num repente lhe pulei na anca
E então, forjados numa mesma estampa,
Ao trote fomos revirar passado
Buscar no canto mais empoeirado
Vidro fechado, retirar-lhe a tampa
Mas se me imponho esta tarefa santa
De andar atrás do que está bem guardado
De ir espanando esta poeira tanta
Que só mais cresce quanto mais andado
É que o segredo do escrevinhado
‘Stá nesse pó que vira letra e canta