Tempo, Olhe Para Trás
No tempo que não volta, em sombras mansas,
O passado repousa, saudade eterna.
Memórias como brumas em dança, danças,
Na alma, a melancolia se governa.
As horas voam, velozes, qual vento,
E o tempo, impiedoso, se desvela.
Deixando rastros em meu pensamento,
Marcas de um tempo que não volta à tela.
No eco dos relógios, o som se esvai,
Como um suspiro vago, quase mudo.
As lágrimas são vestígios de um ai,
Que ficam no passado, tão agudo.
O tempo tece a trama da jornada,
E o presente se torna passado breve.
No peito, a nostalgia é resguardada,
E a esperança é o fio que não se atreve.
Mas mesmo na fugaz correnteza,
O tempo que não volta não se apaga.
Pois em cada momento, a natureza
Revela um eterno eco de saga.
Oh, tempo, inconstante e impertinente,
Leva consigo a vida e seus enleios.
A alma busca em cada verso ardente,
Um refúgio para os sonhos e anseios.
E assim, na arte que se tece,
A eternidade encontra seu abrigo.
O tempo que não volta se aquece,
E se perpetua no escrito antigo.
Nos versos, o passado se eterniza,
A saudade e a esperança se entrelaçam.
No tempo que não volta, a alma divisa,
Um cenário onde os sonhos não se esvoaçam.