Tempo, Olhe Para Trás

No tempo que não volta, em sombras mansas,

O passado repousa, saudade eterna.

Memórias como brumas em dança, danças,

Na alma, a melancolia se governa.

As horas voam, velozes, qual vento,

E o tempo, impiedoso, se desvela.

Deixando rastros em meu pensamento,

Marcas de um tempo que não volta à tela.

No eco dos relógios, o som se esvai,

Como um suspiro vago, quase mudo.

As lágrimas são vestígios de um ai,

Que ficam no passado, tão agudo.

O tempo tece a trama da jornada,

E o presente se torna passado breve.

No peito, a nostalgia é resguardada,

E a esperança é o fio que não se atreve.

Mas mesmo na fugaz correnteza,

O tempo que não volta não se apaga.

Pois em cada momento, a natureza

Revela um eterno eco de saga.

Oh, tempo, inconstante e impertinente,

Leva consigo a vida e seus enleios.

A alma busca em cada verso ardente,

Um refúgio para os sonhos e anseios.

E assim, na arte que se tece,

A eternidade encontra seu abrigo.

O tempo que não volta se aquece,

E se perpetua no escrito antigo.

Nos versos, o passado se eterniza,

A saudade e a esperança se entrelaçam.

No tempo que não volta, a alma divisa,

Um cenário onde os sonhos não se esvoaçam.

Bernardo Reis
Enviado por Bernardo Reis em 02/08/2023
Código do texto: T7851960
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