A preguiçosa

A morte não peleja para buscar;

não espreita, não pega alguém.

É preguiçosa, não vai trabalhar;

espera-o até virar um ninguém.

Não é um ser, qualquer entidade,

mas é um estar como onipresente.

Nada importa-se com a qualidade,

mas prefere atuar no inconsciente.

Pode tardar, sem pressa a chegar,

e não chega; é demais preguiçosa.

Aguarda por quem virá encontrar.

Sem dor, nem agito nem tumulto,

a hora de cada um será infalível

e não se verá foice negra ou vulto.

René Henrique Götz Licht
Enviado por René Henrique Götz Licht em 02/08/2023
Código do texto: T7851687
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