AO CAIR DA NOITE

AO CAIR DA NOITE

Sobre as águas do rio, os ingazeiros

Avançam suas copas entre as margens

No afã de espalharem n'outras vargens

Sombrias os seus galhos sobranceiros.

Nada obstante, os lumes derradeiros

Vão apagando o verde das almargens

Ao obscurecer na noite as contramargens,

Que então se ocultam d'olhos passageiros.

Húmida, a mata à borda do caminho

Bafeja o seu frescor bem de mansinho

Em minhas faces tépidas e exaustas.

Paro e reparo o dia indo-se embora,

Ao pé da serra imensa que descora,

A ouvir dos juritis canções infaustas.

Juatuba - 13 06 2023