Mira além
Apenas podridão e lama abjeta
Resta da carne vil na cova escura.
Para lá do negro da sepultura
O espírito, somente, se projeta.
Infeliz quem no mundo se repleta
Da enganosa matéria que não dura,
Pois só há de colher a flor impura
Dos miasmas letais que ela secreta.
Tu que sabes que a vida esplende
Além do pus das células fanadas,
Atende à luz do bem, trabalha e ama!
Não te atreves às vísceras cansadas,
Quando o Divino Amor a alma te chama
Para glória de excelsas alvoradas.