SONETO DA SAUDADE

A faca mais cortante, amor ausente,

O coração dispara o choro d'alma,

E até o choroso corpo treme e sente,

Enquanto a mente, lúcida, pede calma.

As lembranças não cessam,

E os olhos fitos se inundam,

Enquanto os nervos processam,

As tremedeiras que se aprofundam.

As flores só voltam a colorir-se,

E o vento refrescar o seu rosto,

Quando a corrente saudosa partir-se.

E após dias de total desgosto,

O jardim volta a florir- se,

E o amor volta a sorrir, com gosto.

Ênio Azevedo

28/07/2023

Zé Doca - MA.