Sepulcro do ódio
O ódio envenena o coração,
O âmago do Eu, o pensamento...
E a cognição, dos dez porcento,
Da massa cerebral que tem função.
O ódio enfraquece a razão
E enodoa as vestes da moral,
E anda ombro a ombro com o mal,
Como se fossem Cosme e Damião.
Já o amor, embora em decadência,
Desata todos nós da conciência,
Como se fosse um velho marinheiro.
Vamos então amar, amar bastante...
E enterrar o ódio tão distante,
Que nem mesmo a maldade sinta o cheiro.