Velha árvore

Velha árvore quando eu era menino

Nas tardes modorrentas de descanso

Eu fazia em teus galhos um balanço

Com uma tábua e um cabo pequenino;

Tinha o teu fruto um sabor divino

Que eu sorvia sempre num relanço

Á tua sombra, embaixo de um remanso

Pousava o passarinho, o peregrino;

Mas foste cortada. Hoje só tenho

Das antigas lembranças do passado

Um pequeno pedaço do teu lenho;

Já estou velho, o passo retardado

Minha bengala... (choro, franzo o cenho!)

É um dos galhos teus que foi quebrado...

Allves
Enviado por Allves em 25/07/2023
Código do texto: T7845485
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