Dor de Cotovelos
Noutros tempos, os homens eram valentes,
Quando a desilusão chegava ao coração,
Não buscavam o caminho da desforra, cientes,
Mas sim as margens dos copos de emoção.
Nos bares antigos, com cotovelos pousados,
Escutavam bregas e suas letras tão amargas,
Bebericavam suas mágoas, desenganos, passados,
Contando suas dores a parceiros de gargalhadas.
Não era no sangue que buscavam vingança,
Mas nas canções tristonhas de vozes sofridas,
Expondo suas dores, sem perder a esperança,
A cada gole de álcool, traduziam suas feridas.
Assim, os homens do passado encontravam alento,
Nas lágrimas compartilhadas e nos bares de lamento.