Presença ausente
Amei-te com o elã de infinda primavera,
desmesuradamente e sempre e muito e tanto.
Colhi a rubra flor, sorvi o ardente encanto
de um beijo teu que ainda existe e reverbera.
Amei-te feito fada e amei-te feito fera,
em dias de doçura ou dias de quebranto,
mas a lembrança audaz que nestes versos canto
é tudo que restou do amor que em mim coubera.
Passou a primavera, a flor emurcheceu;
o dia fez-se em noite, a noite fez-se em breu,
mas tu prevaleceste em meu viver andejo.
És a razão de ser das minhas nostalgias,
o meu poema vivo em minhas horas frias,
és a presença ausente em meu tenaz desejo!
Foto: arquivo pessoal
Do amigo Jacó Filho
INESQUECÍVEL AMOR
Não consigo te esquecer nem quero,
Mas não preservo nenhuma esperança...
Porém n' alma confesso, reverbero,
Pra nesta luz, ter com a paz, aliança...
Pensando que foi tão lindo,
Eu termino sempre rindo,
Porque minha dor tempero,
Por ter tão doces lembranças...
Não consigo te esquecer nem quero,
Mas não preservo nenhuma esperança...