Órfã

No fim da tarde ainda não conheço

a vastidão dos íntimos ruídos

que lanço nestes versos ressentidos,

nas horas de insistência e recomeço.

 

Não sei se sou a dor, o sonho, o apreço,

a vida, a morte ou horas sem sentidos,

a glória do porvir ou tempos idos...

E entre estranhezas tantas entardeço...

 

Enquanto o verso grita o seu poder,

em meio às incertezas posso ver

a falsa quietude das saudades.

 

É quase noite, o dia chega ao fim,

e mais que ver eu sinto, dentro em mim,

brilhar o céu das minhas orfandades!

 

Foto: Canva

 

Geisa Alves
Enviado por Geisa Alves em 24/07/2023
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