Filho do mundo
Antes de amar-te fui um andarilho,
vaguei por entre as lágrimas das ruas,
sem nome e sem destino, um pobre filho
do mundo a imaginar belezas tuas.
Eu conheci o escuro em meio ao brilho
ainda que fulgissem sóis e luas;
vivi sob um desejo maltrapilho
e sob as queixas pávidas e cruas.
Tudo era morto, alheio, tudo exposto,
tudo de todos, tudo de ninguém,
e comumente incógnito e sem rosto.
Até que tu chegaste sob as asas
do amor e agasalhaste o meu desdém...
Ao meu outono deste tantas casas!
Foto: Canva