Filho do mundo

Antes de amar-te fui um andarilho,

vaguei por entre as lágrimas das ruas,

sem nome e sem destino, um pobre filho

do mundo a imaginar belezas tuas.

 

Eu conheci o escuro em meio ao brilho

ainda que fulgissem sóis e luas;

vivi sob um desejo maltrapilho

e sob as queixas pávidas e cruas.

 

Tudo era morto, alheio, tudo exposto,

tudo de todos, tudo de ninguém,

e comumente incógnito e sem rosto.

 

Até que tu chegaste sob as asas

do amor e agasalhaste o meu desdém...

Ao meu outono deste tantas casas!

 

Foto: Canva

 

Geisa Alves
Enviado por Geisa Alves em 24/07/2023
Reeditado em 12/01/2024
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