Anjo Tolhido
Sigo por estradas bruxuleantes.
Ignoro as cinzas, sequer as toco
Ou aos versos tristes dos andantes,
Que ora se vêm fora de foco.
Sou o caminho, sem acompanhante,
Com o sal na boca e a mente vazia.
Um sem pensar, cavaleiro andante,
- Autocomiseração tardia.
Quiçá voasse, se asas possuísse.
Anjo tolhido num corpo ágil,
Quimeras perdidas na mesmice.
Existo eu propriamente dita:
Pequena nuvem - azul e frágil -
Vazia e só, que no ar levita.